Sonolento
Já lento, o piscar de olhos no crepúsculo
traz as imagens que se fixaram no inconsciente,
e, junto delas vêm os sorrisos que eu pulo,
maravilhados com essa bravura de viver contente.
Quando enfim se cessam, dão espaço ao devaneio
Que membrudo alui, enfim, as estruturas da melancolia,
Não mais possuído pela extensão do receio
Livre, o corpo em seu leito se estendia.
Enfados e pensamentos lutuosos se distanciam
O fôlego se houve melodioso ao serenar
Em meio a essa concórdia noturna se reconstituíam
o vigor e a sensatez necessárias para o despertar.
Isabel Espindola