VERDES ANOS
Nos meus anos verdes,
já amarelecidos,
nunca soube explicar
tanta razão:
De sendo perfeito
(não belo...)
achar-me féio.
Talvez pernas longas
quisesse,
nariz romano
desejasse?
Quantas aparências
eu tive e portei
sem qualquer
comprovação...
Fui Delon e não fui...
Valentino eu não sei...
Todas figuras apagadas
ao comparar qualquer
retrato...
Nossa! que nariz grande
e achatado!
que cabelo revolto!
parecia até eterna
peleja entre esquerda
e direita ou droite et
guache...
Meus anos verdes,
timidez inoportuna
disfarçada pela
vontade imensa
de conquistar
louras quentes,
morenas guapas,...
mas...cativando
as simples como eu...
Era tempo de paz
e amor...era o tempo
de busca, do dedo em V
do protesto pelo novo,
pela vanguartda...
Meus tolos anos verdes,
éramos sábios tolos,
ou somente tolos
verdes...
sei que era nova era,
já tão velha...