Presença
Deixastes esta terra de tão breves contentamentos
sem nada dizer, e fostes repousar as tuas obras,
aqueles feitos que a terra árida jamais poderá tapar!
Lembro-me daquela alegria que trazias no rosto
sempre quando me vias, lembro-me daquele
forte aperto de mão que estendias perante mim
como se fossemos apenas um único Ser!
Quando partistes para descansar as tuas obras,
entendi afinal, que eras uma parte de mim
que se perdeu, algo que ficou destruído pela Dor,
ficando apenas alguns pedaços isolados das doces
lembranças que quando se juntam refazem
a tua imagem sempre presente no meu coração...
Nenhuma terra do solo será suficiente para abafar
a tua grandeza!
* Em memória do meu grande amigo já falecido, Carlos Brazão.