Poesia em movimento ...
Poesia em movimento
A Maria de ferro
A Maria Fumaça
Em carvão e brasa
Ganhando movimento
Serras cortando
Apito anunciando
Gente chegando
Gente partindo
Pernas em movimento
Segue o trem seu trilho
Ligando pessoas
Ligando lugares
São tantas histórias
Em cada estação
Um sino que toca
Apito que explode
Corações palpitam
Lenços flamejam
Por gente que vai
Por gente que vem
Deus abençoe amém
Dentro do vagão
Suspiros profundos
Olhares flertando
Cabeças sacolejam
Sacolejam chapéus
Cenas em movimento
Pela janela se vê
Casinhas e chaminés
Salpicando o horizonte
Vaquinhas pastando
Lavradores nos campos
Lavadeiras no córrego
Mulheres cantando
Torcendo e quarando
Seu brancos lençóis
Varais coloridos
Que o vento flameja
Abismo e caminhos
Permeiam e guiam
Em túneis que ligam
Trilhos que dormem
Sonhos que vagam
Dedos que apontam
Olha o trem
Surgindo por trás
Das montanhas azuis
“Oia o trem!!!”