Saídas

Dos caminhos que se abrem

Porteiras que acessam

Cancelas que demarcam

Estradas que trafegam.

Das lagoas preservadas

Contenas, Conteninhas

Eternas, temporárias

Vidas perseguidas

Passadas de pássaros

Que se aninham.

São codornas, paturis

Nas pegadas da mãezinha?

Atravessam o Beco

Entre espaços dos senhores.

Águas que ligam tudo

De um cercado a outro são

Cercados da lagoa,

Cercados do patrão

Barreiros da provisão.

Águas que desviam cursos

Estradas por onde vão

Caminhos que já não passam,

Se querem chegar,

Sertão.

-- Conteninhas! -- Grita o menino.

A vida é intocada lá? -- Não!

Poderia ser sim!

Parece que sim!

Então?

Na solidão um vegetal.

O verde na multidão?

Das vidas que se escondem ali

Um oásis? Creio que não!

Mas poderia ser meu.

Se fosse de todos:

Conservação!

É de todos!

Mas quem vai querer?

Eu? Não!

Lá, foi de alguém

Que já não é,

Que já passou

E que deixou para outro ser

E ter:

Um tempo em mãos.

Paulo Sérgio Costa
Enviado por Paulo Sérgio Costa em 06/04/2012
Reeditado em 26/07/2014
Código do texto: T3598439
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