Saudades

Saudades

Valdemiro Mendonça

Saudades

Valdemiro Mendonça

Quando chegar esta primavera

Vou poetizar, assim irás perceber

Recebendo a rosa que no inverno,

Eu plantei, cuidei e esperei crescer.

Somente para a minha doce musa,

Se lembrar de não me esquecer.

Vou procurar no meu velho baú

Cartas que às vezes me mandas.

Junto delas há de estar a chave

Que abre a porta da tua varanda,

Onde um dia me deixava os doces

Junto com os bilhetes e quitandas.

Quem sabe ainda daquele tempo

Sobrou migalha e bicho não come,

Pois era guardado na saco de doce

Onde tinhas bordado meu nome.

Se eu achar um naco de guloseima

Poderei matar esta saudosa fome.

Fome dos beijos e caricias ousada

Que me fazias sem culpa ou pudor,

Quem sabe poderás até te lembrar

No momento que te ofertar a flor,

Que apesar de bobo e até inocente

Aquele foi sim, nosso grande amor.

Trovador

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 05/04/2012
Reeditado em 05/04/2012
Código do texto: T3596757
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