Saudades
Saudades
Valdemiro Mendonça
Saudades
Valdemiro Mendonça
Quando chegar esta primavera
Vou poetizar, assim irás perceber
Recebendo a rosa que no inverno,
Eu plantei, cuidei e esperei crescer.
Somente para a minha doce musa,
Se lembrar de não me esquecer.
Vou procurar no meu velho baú
Cartas que às vezes me mandas.
Junto delas há de estar a chave
Que abre a porta da tua varanda,
Onde um dia me deixava os doces
Junto com os bilhetes e quitandas.
Quem sabe ainda daquele tempo
Sobrou migalha e bicho não come,
Pois era guardado na saco de doce
Onde tinhas bordado meu nome.
Se eu achar um naco de guloseima
Poderei matar esta saudosa fome.
Fome dos beijos e caricias ousada
Que me fazias sem culpa ou pudor,
Quem sabe poderás até te lembrar
No momento que te ofertar a flor,
Que apesar de bobo e até inocente
Aquele foi sim, nosso grande amor.
Trovador