Quando a cortina se fecha

Em memória de Chico Anysio, Clarlie Clapim, José Saramago, Millôr Fernandes

Artista deixa órfão o palco quando vai

O lápis perde o compasso e o livro triste

Sempre quando uma cortina se fecha uma porta abre no horizonte por onde gênios passam.

Uns morrem dormindo na noite de natal com Clarlie Clapim

Outros morrem acordados nos seus sonhos não realizados

Mais artista persiste e sempre busca o final com uma obsessão e desejo de quem quer começar tudo de novo.

Artista é louco e humano

Sonhador ao extremo

Tem lágrimas e coração

E sua morte somente é eterna e sofrida

Quando sua arte é sufocada e morta em vida.

Então enfrenta todo dia essa luta

Para escrever um novo capítulo de um livro sem leitores

Para encenar uma peça sem plateia

Cantar uma canção sem público.

Como uma estrela artista começa pequeno

Grande apenas na sua imaginação

Pena é a falta de reconhecimento

Quando estamos nos auge todos nos chamam de mestres de algo

Quando estamos por baixo nem lembram nosso nome

Coisas da vida...

A cortina se fecha e lembram do artista

Sem saber, maior, é sua arte

Nunca sua morte...