= Pesadelo =

Estou só...

Só, como uma ovelha desgarrada.

Na alma a lâmina afiada, cortante

Que dilacera o crer.

Envolvendo-me ao medo

Desespero-me!

O sofrimento, faço meu companheiro.

Ontem, escuro como noite chuvosa.

Hoje, um pingo de luz no profundo oceano.

Amanhã, a grande cortina negra se fecha, ocultando o palco da vida.

Busco saída.

Este não sou eu!

É com certeza um pesadelo...

És tu, apresentante dos meus medos?

Acorde-me, por favor!

Não quero o amargor fragmentados do passado.

Ir para sempre

Sei que não pode!

Ficar em meus dias, seria o decreto de minha morte.

Desperto-me em soluços convulsivo.

Foi por decerto, um pesadelo!

Sou feliz...

Não me permito ser invadido, violentado, pelas agruras do passado.

Livrar-me...

Será que posso?

Apenas afasto-me...

Me fiz vencedor

Não é neurose

São lembranças de um tempo

Que jamais passou.

Tonho Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 28/03/2012
Reeditado em 28/03/2012
Código do texto: T3580607