O BERÇO !
Quando de lá parti
Do pé da serra onde morava
Quase tudo que tinha lá deixei
Na velha casinha a beira da estrada.
No galho da mangueira deixei meu balanço de cipó
No varal ficaram as minhas roupas surradas
A tralha de pescaria guardei no paiol
O estilingue em algum lugar ficou jogado.
O cavalo baio foi solto para viver nas campinas
Sob a cumeeira da varanda amarraram sua arreata
O gaúcho meu fiel cãozinho vira lata
Latindo despediu me seguindo pela estrada
Em um triste Adeus para nunca mais.
Levei comigo o que deixar não pude
Para sempre ficar em minha memoria guardado
Hoje são como águas do passado que vertem do açude
Em gotas de saudade de uma infância simples e pura
Ao lado do riacho prata.