O BERÇO !

Quando de lá parti

Do pé da serra onde morava

Quase tudo que tinha lá deixei

Na velha casinha a beira da estrada.

No galho da mangueira deixei meu balanço de cipó

No varal ficaram as minhas roupas surradas

A tralha de pescaria guardei no paiol

O estilingue em algum lugar ficou jogado.

O cavalo baio foi solto para viver nas campinas

Sob a cumeeira da varanda amarraram sua arreata

O gaúcho meu fiel cãozinho vira lata

Latindo despediu me seguindo pela estrada

Em um triste Adeus para nunca mais.

Levei comigo o que deixar não pude

Para sempre ficar em minha memoria guardado

Hoje são como águas do passado que vertem do açude

Em gotas de saudade de uma infância simples e pura

Ao lado do riacho prata.

Pedro Ferreira Lima
Enviado por Pedro Ferreira Lima em 27/03/2012
Reeditado em 21/07/2015
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