SENHORA DO INVERNO

SENHORA DO INVERNO

Senhora do Inverno...

Só de pensar seu nome, me arrepio;

Ela é do tempo quieto, tempo frio;

Tempo bom de amar, de abraçar.

É nesse tempo que a natureza aflora

E embeleza o jardim dessa Senhora

Que, num inverno ido, tão distante,

Por entre beijos quentes, ofegantes,

Quase morreu e me matou de amar.

Senhora do Inverno...

Ela é do tempo em que o sol se esconde

E, aos apelos da lua, não responde,

Por entre nuvens não se faz brilhar.

Mas, nos lençóis, leito de amor ardente,

Essa Senhora torna o inverno quente

Deixando o amor fruir na madrugada

Querendo ser feliz e ser amada,

E faz qualquer mortal se apaixonar.

Senhora do Inverno...

Ela é de um tempo que não volta mais

Tempo que oculta o erro dos mortais

Quando o amor se sobrepõe a tudo;

E o inverno em que nela havia

Cedeu lugar à paixão, à euforia,

Ignorando norma ou convenção

E, na chuva fina dessa estação,

Se dilacera um sentimento mudo.

Senhora do Inverno...

Ah! Inesquecível “inverno” de nós dois

Em que deixamos tudo pra depois

E nos perdemos no túnel do tempo

Mas, aquela “chuva” que sobre nós caiu,

E todo o temporal que existiu

Ficou marcado em nuvens no meu ser

De forma que, somente após morrer,

Se apagará desse mortal do pensamento.

MAURICIO IRINEU
Enviado por MAURICIO IRINEU em 20/03/2012
Código do texto: T3564613
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