Infância
Infância
de vívidos fulgores,
nutre a auréola
clemente dos arrebóis.
Infância:
traz notas frescas
de brisa.
Saudade
dos acordes
de um violino vermelho.
Infância:
murmúrios,
histórias e melodias.
Uivo de lobos,
medo.
Fantasia,
fada madrinha.
Infância:
escorre noite adentro
e tange,
ao som de alaúde
o desabrochar púbere.
E, aos poucos,
o sumo, a lascívia
inebriam
o ar campestre.
Luminam o sulcar vazio,
no areal de intimidade
e transbordam em sexo.
Tuas tranças
de menina-moça,
lembram antigas liras,
líricas
em teu ventre
de mulher.
(Verônica Partinski)