Minha vida
Minha vida
Minha vida é um livro aberto
Escrito à duras provas
Pode ler quem for esperto
O qual lendo não me reprova
Ele tem muitas folhas
De venturas e desventuras
Algumas amargas, outras doces
Minhas odisseias com agruras
Não o lerá um analfabeto
Que não julgará por si mesmo
E não entenderá, estou certo
Ainda que possa vê-lo
As muitas páginas brancas
Foram os meus muitos pecados
Minhas atitudes insanas
Já por Deus apagados
No rosto trago as marcas
Das digitais do manuseio
De quem comigo o compôs
Partilhando dilemas e anseios
Meus olhos verdes não dizem
O que fui e o que fiz
Nem mesmo quando sorriem
Marcas de expressões do que vivi
Para ler todo esse livro
O qual é bem volumoso
É preciso não ser tolo
Muito menos orgulhoso
Esmaecem linhas e páginas
Pelos anos que me pesam
Esqueço as muitas lágrimas
E poucos sorrisos me restam
Como em mármore tá gravado
Com cinzel de hábil escultor
Noutro livro que está guardado
No céu com o meu Senhor.
Manaus, 28/02/2012