Foto de 1964 (em preto e branco) e pintada no "Paint" pela autora.
Inês Nery: (seis aninhos).
Do livro: "As Duas Faces da Vida"
(www.livrorapido.com)
QUANDO EU ERA PEQUENINA
Quando eu era pequenina
Pensava só em crescer:
Gente grande é importante!
Todos querem ter você!
Gente grande sabe tudo...
Tudo que ainda não sei;
Gente grande quando acorda
Já sabe o que vai fazer:
Não precisa pedir nada,
Tudo ela sabe fazer,
Autorização — Pra que?!
— Ela é dona de si mesma:
Vai sem precisar dizer,
Sem pedir, ou até chorar,
Para tentar convencer!
Gente grande ainda sabe
Fazer muito que não sei,
Pode usar salto e pintar
Mil coisas que ainda não sei!
E eu ali tão pequenina
Sem saber que o tempo ia
Tão depressa e astucioso
Que eu nem pude perceber.
— Hoje?! — Já sou gente grande!
Mas não é nada que pensei.
Algumas coisas são boas,
Outras? — Nossa! Como errei!
Desejo até ser criança
Pra não tê-las nos meus pés.
Descobri muito com a vida.
Encontrei muitas fronteiras...
Às vezes tinha transportes,
Outras somente barreiras!
Mas eu destruí a todas!
Eu provei do que não quis
Na fantasia que fiz
Do que é gente grande ser.
Agora olho as crianças,
Vejo o papel invertido:
— Será que elas também acham
Gente grande mais bonita?!
Ou são mais inteligentes,
O tempo as modificou?!
E até pureza não há mais
Do jeito que eu pude ter?!
— Nada disso mais importa,
Cada coisa no seu tempo.
Criança é sempre inocente
No passado ou no presente.
Gente grande é quem não pode
Alegar ser inocente.
Inês Nery: (seis aninhos).
Do livro: "As Duas Faces da Vida"
(www.livrorapido.com)
QUANDO EU ERA PEQUENINA
Quando eu era pequenina
Pensava só em crescer:
Gente grande é importante!
Todos querem ter você!
Gente grande sabe tudo...
Tudo que ainda não sei;
Gente grande quando acorda
Já sabe o que vai fazer:
Não precisa pedir nada,
Tudo ela sabe fazer,
Autorização — Pra que?!
— Ela é dona de si mesma:
Vai sem precisar dizer,
Sem pedir, ou até chorar,
Para tentar convencer!
Gente grande ainda sabe
Fazer muito que não sei,
Pode usar salto e pintar
Mil coisas que ainda não sei!
E eu ali tão pequenina
Sem saber que o tempo ia
Tão depressa e astucioso
Que eu nem pude perceber.
— Hoje?! — Já sou gente grande!
Mas não é nada que pensei.
Algumas coisas são boas,
Outras? — Nossa! Como errei!
Desejo até ser criança
Pra não tê-las nos meus pés.
Descobri muito com a vida.
Encontrei muitas fronteiras...
Às vezes tinha transportes,
Outras somente barreiras!
Mas eu destruí a todas!
Eu provei do que não quis
Na fantasia que fiz
Do que é gente grande ser.
Agora olho as crianças,
Vejo o papel invertido:
— Será que elas também acham
Gente grande mais bonita?!
Ou são mais inteligentes,
O tempo as modificou?!
E até pureza não há mais
Do jeito que eu pude ter?!
— Nada disso mais importa,
Cada coisa no seu tempo.
Criança é sempre inocente
No passado ou no presente.
Gente grande é quem não pode
Alegar ser inocente.