Tempo de Areia (À vovó Myrtes).
Nas estórias das manhãs de Areia
A vida começava num feixe de sol.
Dos fantasmas na casa-de-farinha,
da moenda que cheirava à tripulice.
Era o bel prazer: banhos de açude,
saltos intrépidos do alto do galho,
doce sabor de laranja no céu-da-boca
nos assombros inglórios de fim matinal.
A tarde passava no giro da saia pinçada,
no passeio na cidade em dia de feira,
nos berros da trupe no carro do circo.
O universo era o amor de mãos dadas
Enquanto a juventude faceira espiava
a chegada de sonhos no fim do começo.
Poema publicado também na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).