Ansiedade calada -


Quero rasgar, picar, destruir, paro tudo que faço.
Assim de aço me faço; atiro o laço...

Nada adio; m’encosto à bancada... Cansada,
Respiro fundo, até profundo... E devasso

Cada papel ; abro cada folha, sinto-me trolha...
Misto d’uma saudade ou, piedade... Passo;

Repasso cada folha que me olha;
Desfolha boas lembranças que enlaço;

Sou palhaço, rio e choro como sempre
E, como sempre vejo um belo timaço.

Um timaço que canta e chora, dança...
Como boa criança, esqueço o fracasso.

Guardados de papel são meus pedaços...
Tudo abraço. E então, me satisfaço.

No compasso da lembrança guardo tudo,
Sobretudo a saudade e, de nada me desfaço.



MVA
Enviado por MVA em 11/01/2012
Reeditado em 11/01/2012
Código do texto: T3434035
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