Criança
Criança, felicidades árduas nos peitos juvenis
As tardes tão febris de puro sonho
O desencontro com a tristeza
E beleza singular de ser feliz
Criança, e a mágica de um sorriso
O precipício da inocência
A ponto de almejar a insípida adolescência
De futuros destruídos.
Criança, somente por ser belo
Esse encontro paralelo de medo e dor
Por querer ser o elo da simplicidade e do amor
Por querer sonhar de olho aberto
Criança, pra nunca dizer amanhã
Sentir o afã de ser o que quer
Viver lado a lado com a fé
Como se ela fosse de fato companheira e irmã
Criança, somente por ser
E deixar acontecer os milagres da vida
Cessar esta procura por uma saída
Parar de tentar entender.