PERFUME
Encostado num canto, jás meu velho armário de madeira bruta guardador do meu passado.
Noites chuvosas chegam! Dias ensolarados se vão!
Ele continua lacrado.Se abrir? E o receio de sofrer?
Chaviei desilusões,saudades! Nessas indagações:
Noites chuvosas vem! Dias ensolarados se vão!
Desobstruindo gavetas revejo meus saquinhos de rendas brancas ornamentadas com laçarotes cor de mel e rosa chá,feitos com zelo. Ali
empilhados,esquecidos, amarelados pelo tempo.
Lágrimas escorrem desfazendo laços. Me deparo com a primeira paixão!
O sorriso maroto! a rebeldia, os falsos amigos! os desencantos!
Oh! Não! são muitas emoções! Procede, tranca-lo, esperar mais:
Algumas noites chuvosas virem e dias ensolarados irem!
Derepente me lembro de uma caixinha da qual reluz letras em neon.
Minha musculatura facial inteira sorri, repentinamente gargalha!
Meus olhos vidram, as mãos tremem ao toque aveludado, abro aquele
minúsculo frasco e sinto o aroma impregnar o ambiente, refrescante! Suave! Tal qual outrora...
O PRAZER PELA ESCRITA É O MEU CHEIRO, O MEU PERFUME INEBRIANTE, MANTIVE GUARDADO DENTRO DE MIM, ESCONDIDO NAS MINHAS ENTRANHAS POR LONGOS ANOS!! 02/09/1997.