RIO ITAPECURU
Meu rio Itapecuru
Eu de ti sempre me lembro
Sentindo muitas saudades
Em cada mês de setembro.
Nesta época estás vazio
Com tuas águas ondulantes
Onde eu costumava sempre
Tomar banhos extravagantes.
Às vezes passava a tarde
Todinha a brincar contigo,
E quando chegava em casa
Pegava um grande castigo.
Dizia a minha mãe
Que tu eras perigoso,
E não queria saber
De amigo tão desastroso.
Algumas vezes sabia-se
Havia morrido alguém,
E ela coitada, temia,
Que eu me afogasse também.
Mas tu eras meu amigo!
De ti eu não tinha medo,
Nas tuas águas cristalinas
Nunca encontrei segredo.
Certo dia, você sabe,
Precisamos nos separar,
Eu vim para São Luís
Pois precisava estudar.
Não entristece, meu rio!
Na minha pobre memória
Gravei os dias felizes
Quando em ti ia nadar.
São Luís – MA,10/09/1966
Benedita Azevedo