Balada da Chuva
Chove leve. Levemente...
Lágrimas de nuvens
banham meu silêncio.
Tenho o olhar vazio,
os lábios sedentos,
o coração mergulhado
em desesperanças.
Chove leve... Levemente...
Tal um manto virginal,
descerra sutilmente,
enternece num abraço,
aconchega, acarinha...
perfuma e acalanta,
a noite que se fez criança.
E chove leve... Levemente...
Como bênçãos celestiais.
Anjos molhados entoam
lindas preces musicais.
Só a noite, só o frio
envolvem-me a alma
numa avalanche de cristais.
São saudades que não morrem...
São lembranças que não fogem...
E o bálsamo divino
que goteja devagar,
respinga em minha vida
e me acalma.
***
Maria de Jesus. Fortaleza, 08/12/2011