SAÍRA, O PASSARIM SETE CORES...

Nem bem na juventude entrara,
nem bem da infância eu saíra,
minha vida já se encantara
e numa ave Saíra
em sete cores, eu amara...
e a vida se colorira...

Por que engaiolavam
a ave inofensiva,
se nem tão lindo cantava?...
Mas, a plumagem colorida
a todos apaixonava,
por adornar nossas vidas.

No auge dos meus nove anos,
na cidade de Amargosa,
via na feira, aves em gaiolas
e o passarim dos meus encantos,
que eu trago, quem sabe, quiçá,
daquela cidadezinha do Vale Jiquiriçá...

E eu que fora aprisionado
nos gradis de um apartamento,
sentia pena do penar das aves
tal e qual seus sofrimentos,
eu sofria e chorava
os nossos padecimentos.

A Saíra Sete Cores
de dentro de mim saíra
e até hoje me acompanha
nas dores dos dissabores,
nas viscerais entranhas,
a colorirem as flores
dos jardins dos meus amores.

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 04/12/2011
Reeditado em 04/12/2011
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