Ao entardecer
Tudo que era pra acontecer,
Aconteceu.
Tão logo,
O sol se escondeu.
Beijos, abraços...
Minha boca, tua boca...
Nosso corpo,
Amassos.
E no meio da confusão das nossas pernas,
Em meio às cobertas,
Chego à conclusão de que as tardes são eternas.
Tua respiração acelerada,
Meu peito pulsando louco
Fazendo pouco,
Quase nada.
Em meio a nossa festa,
Na cama de casal,
Te beijo a testa
Em meio ao ato carnal.
Não tão carnal assim,
Nem tão humano também,
Algo divino,
Esquecido, e lembrado por Ninguém.
A sintonia de nossos corpos a bailar
Não se sabe quem é quem.
Nossos corpos a se tocar
E sinto teu corpo a vibrar.
E de repente, não mais que de repente
É como se o mundo não passasse de nada
Como se não passasse de nossa cama.
E do meu olhar ausente.
Perdido nos espelhos do teto,
No vai e vem do teu corpo no meu
Perdido, contigo, me sinto completo.
Nossas mãos unidas,
Nossos corpos ligados
Calor.
Corpos suados.
Sussurras juras de amor ao pé de meu ouvido,
Que me ama.
Coisas que tão prontamente digo e repito,
Tu me confirmas abafando o som dos seus gemidos.
E terminados os atos da ópera do amor,
Sinto-me como o melhor dos compositores
Teu rosto, teu riso, teu calor
Faz-me ver em teus olhos as misturas de todas as cores
E que muito embora
Agora, tudo que se jaz terminado
Me sinto cansado.
E sinto que teu querer, tua alma me chama
Pra te abraçar, em meio aos lençóis de nossa cama.