VIDA CABOCLA

Mal desperta a manhã,

Ta lá pai velho respirando o cheiro de mato,
Senta-se no quintal para pitar o cigarro de palha,
Enquanto a cabocla passa o café docinho e perfumado.
 
Pai velho bem diz a terra,
Chacoalha-se todo rindo com os pássaros,
E o chamego da velha deixa o pai velho dengoso,
Deixando-o cada vez mais assanhado...
 
Salve pai velho, caboclo cheio de bondade!
Servo e curandeiro em sua comunidade,
Companheiro dos bichos e da floresta,
Conhecedor das ervas de chá.
 
Simplicidade e respeito suas qualidades,
Dor por separações vividas na história,
Cultura desrespeitada e violada,
Mudando os rumos de uma raça.
 
Salve pai velho! Salve povo caboclo!
Salve raça forte,
Sua morte é a morte da terra,
Um verde que se mata,
A natureza que se encerra.
NATIVA
Enviado por NATIVA em 27/10/2011
Reeditado em 29/10/2011
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