Eterna presença

Certo dia, remexendo em meus guardados,

encontrei, lá no fundo, sujinhos e amarrotados,

um pedacinho de papel e um recorte de jornal;

trastes velhos mas de grande valor pessoal!

Lembro que a palavra que no jornal estava escrita,

me pareceu ser mágica e de uma beleza infinita!

Soava bonita e agradava aos meus ouvidos.

Era, ao mesmo tempo, forte e suave, sem ruídos!

E como se guardasse uma jóia ou um cobiçado troféu,

transcrevi solenemente a palavra para o pedaço de papel.

Lembro ainda que senti-me sábio, afortunado descobridor!

Não! Senti-me mais! Senti-me um douto legislador.

Hoje, já crescido, reencontro a palavrinha;

descoberta que pensara ter sido só minha!

Tesouro valioso que descobri quando criança!

Perdoa-me por haver te esquecido, minha bondosa Esperança.

VICENTE VIEIRA
Enviado por VICENTE VIEIRA em 21/12/2006
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