Eterna presença
Certo dia, remexendo em meus guardados,
encontrei, lá no fundo, sujinhos e amarrotados,
um pedacinho de papel e um recorte de jornal;
trastes velhos mas de grande valor pessoal!
Lembro que a palavra que no jornal estava escrita,
me pareceu ser mágica e de uma beleza infinita!
Soava bonita e agradava aos meus ouvidos.
Era, ao mesmo tempo, forte e suave, sem ruídos!
E como se guardasse uma jóia ou um cobiçado troféu,
transcrevi solenemente a palavra para o pedaço de papel.
Lembro ainda que senti-me sábio, afortunado descobridor!
Não! Senti-me mais! Senti-me um douto legislador.
Hoje, já crescido, reencontro a palavrinha;
descoberta que pensara ter sido só minha!
Tesouro valioso que descobri quando criança!
Perdoa-me por haver te esquecido, minha bondosa Esperança.