"RECORDAÇÕES DE UM MENINO DE ENGENHO"

Lembranças de Minha infância e adolescência vivida, durante as férias escolares, no Engenho Jaguarema em Sapé Paraíba, junto com minhas irmãs e meus primos onde éramos entre os anos de 1950 a 1970 apenas “Meninos de Engenho”,

Poeta Maribondo (Cypriano Maribondo Galvão da Trindade – Galvãozinho)

Primo Franklin, hoje eu acabei de ler.

A história do Engenho no texto original.

Emocionado estou, resolvi escrever.

Reviver nossa infância foi sensacional.

A minha emoção agora é saudade.

Passei a reviver as minhas lembranças.

De repente, estávamos lá no Engenho.

Todos nós éramos novamente crianças.

Lembrei-me das conversas com Benedito.

Sentados, com ele, em frente à destilação.

Ele falava e seus dedos grossos teciam.

Suas redes de pesca, com grande precisão.

Revi vovô Maribondo sentado no alpendre.

Olhar fixo no infinito, atento a escutar.

O agitado movimento dentro da cozinha.

Onde Nina e Vovo Teça preparavam o jantar.

Já era quase noite, João Yayá chegava.

Anunciado que o gado acabara de guardar.

Após o jantar, em volta mesa, nos reuníamos.

A luz do candeeiro esperando à hora de deitar.

Ao raiar do dia, a luz do sol nos acordava.

O cheiro forte de café se espalhava no ar.

Em volta da mesa do café, nos reuníamos

Depois do café da manhã agente ia brincar.

Conhecer os cantos do Engenho, eu sonhava

Assistir a moenda, o caldo de cana, tirar.

João Yayá, no trator, girando em volta.

Puxava a almanjarra para a moenda girar.

Para a destilação algumas vezes, eu ia.

Vê o caldo da cana, o alambique, transformar.

Assistir a cachaça translúcida, em gotas sair.

Com seu cheiro forte, se espalhando no ar.

Nesta destilação, aos onze anos, cometi.

Das minhas traquinagens, a maior, talvez.

Aparei algumas gotas de cachaça e bebi.

Acreditem vocês, da cachaça eu gostei.

Homero e eu, no alpendre do Engenho.

Junto fizemos nossa primeira comunhão.

Vovó e Vovô completavam as bodas de ouro.

De minha infância é a maior recordação.

Este livro que você Franklin escreveu.

Trouxe recordações diversas para mim.

Os textos revivem toda nossa felicidade.

Nós “Meninos de Engenho” éramos assim.

Hoje sinto por meus filhos não conhecerem.

Esta infância que por nós foi vivida.

Que você eternizou, tão bem, neste livro.

Os momentos mais felizes de nossas vidas.

Natal-RN, 16 de setembro de 2011

Cypriano Maribondo Galvão da Trindade

(Poeta Maribondo) cmgtpoeta@yahoo.com.br