O homem da calçada
Seus traços eram turvos
Seus braços eram curvos
Seus cabelos emaranhados
Seus pertences empoeirados
Mas a beleza saia de suas mãos
A arte escorria de seu coração
Os seus olhos eram janela
Vista pro mar, barco a vela
Pinceladas navegando
Olhares transformando
Transcorrendo toda tela
Trazendo ternura amarela
A estranheza mendigando a cor
A destreza escondendo a dor
Aparência pintada de pobreza
Essência cultivada de riqueza
Tudo isso retratado em um quadro