FOI O QUE EU VI
Abro a porta do quarto e não da para não priorizar o olhar em direção do velho colchão de solteiro jogado no chão, e em cima aquele corpo deitado embriagado de sono. Deitado com o braço direito embaixo da cabeça que substitui o travesseiro. O travesseiro que estava jogado para um lado próximo ao seu peito, e o joelho da perna esquerda que dobrava por cima da perna direita que fazia uma envergadura chegando ao calcanhar, o pé bem próximo de suas nádegas, onde o braço esquerdo ligeiramente reto cruzando a perna esquerda na altura da sua coxa até e da canela, encostando a mão ao joelho direito. A mão esquerda do braço que substituía o travesseiro cruzava a munheca levando a mão, até quase sua nuca. O sono era, de como quem estivesse em outro mundo, longe de tudo que lhe apavorava, cantando melodia angelical. Na sombra do bem e muito longe do mal. Frágil doçura de semblante pidão; não me acorde não; estou vivendo um ar de quem ama sem pensar na sua gazela, apaixonada que te ama da mesma forma. Almas sem medo de ser expulso, o amor liberto dos incômodos dos pensamentos sórdidos.