O tempo escorre e a lua dorme
Na escrivaninha do poeta...
Ressuscitar versos adversos
No reverso do verso que fremia
Ao romper o dia...
Ao cair da tarde...
Ao soluçar da noite...
Que mansamente assistia...
O dedilhar do verso no inverso que cingia
Na página reescrita da memória
Ao contar verso por verso em melodias
Do cancioneiro ao menestrel
Do cantador ao seresteiro
Repaginando árias inusitadas...
Na sinfonia do tempo que se estendia
Na voz e solenitude do venerável...
Devassador poeta; pescador de almas
E, provocador de suspiros!