Madrugada

Era madrugada, naquela rua de asfalto e sombria

Havia lá uma castanheira cheia de bichos noturnos

Embora silenciosos, os bichos, estavam lá e suspeitos

Era madrugada, ninguém mais se atreveu viver aquele momento

Era poesia aquela madrugada e silencio

Que hoje me são apenas sombra e saudosa lembrança

Não tinha nada de especial, aquele momento

Exceto o momento que aquele me proporciona hoje

O de lembrar a madrugada como beleza subjetiva

Como algo vivido intensamente mesmo que só

Com os bichos suspeitos. Mesmo que trivial, ou não

Era madrugada como agora também o é

Mas é diferente, não consigo agora projetar metade

Do que aquela madrugada representa pra mim

Era madrugada, naquela rua de asfalto e proibida

Minha mãe nem se lembra que fugi naquela noite

Que pena dela, dormia enquanto eu sonhava.

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 02/07/2011
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3071748
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