PEÃO AZUL
Lancei o peão.
Ele rodopiou tanto
Que sumiu no tempo.
Reapareceu girando
Feito ciranda.
Trouxe o canteiro
De lírios amarelos
A tanto esquecido.
Trouxe
Aquele passeio de carro,
Pessoas a tanto não vistas,
Minha meninice guardas.
Girou e nunca parou.
Girou tanto que se foi
Para quando eu precisar
Mostrar que o tempo
É um enorme baú
Onde estão guardadas
Nossas doces memórias.
O peão azul,
Brinquedo de infância,
Oratório de reverência
Do divino tempo.
Ele abre portas
Sempre que preciso resgatar
Minhas importantes referências.
O peão azul
Gira, gira sem parar.
Foi-se para mais tarde
Me alegrar.
L.L. Bcena, 07/01/2011
POEMA 249 – CADERNO: O DESABROCHAR DA VIDA.