PEÃO AZUL

Lancei o peão.

Ele rodopiou tanto

Que sumiu no tempo.

Reapareceu girando

Feito ciranda.

Trouxe o canteiro

De lírios amarelos

A tanto esquecido.

Trouxe

Aquele passeio de carro,

Pessoas a tanto não vistas,

Minha meninice guardas.

Girou e nunca parou.

Girou tanto que se foi

Para quando eu precisar

Mostrar que o tempo

É um enorme baú

Onde estão guardadas

Nossas doces memórias.

O peão azul,

Brinquedo de infância,

Oratório de reverência

Do divino tempo.

Ele abre portas

Sempre que preciso resgatar

Minhas importantes referências.

O peão azul

Gira, gira sem parar.

Foi-se para mais tarde

Me alegrar.

L.L. Bcena, 07/01/2011

POEMA 249 – CADERNO: O DESABROCHAR DA VIDA.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 21/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3048338
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