MENINO
E o menino cresceu, e viveu /
Chorou e sorriu, falou o que viu/
Depois mexeu a mão e partiu /
Vai menino, embora não sei/
Onde o mundo te encontra /
Vai sem se importar se acabou/
E o sorriso que tinha sumido /
Voltou ao rosto do menino/
Lágrimas secas e o menino vivo /
Suas mãos, as chamas da luz/
Dos seus ombros caíram a cruz /
O rosto amargo, só saia a dor/
Menino velho, velho menino /
Que implica sem implicar que/
Compreendia cada lugar no respeito /
Que via os defeitos/
Mas não se importava /
Olhava para sempre o mesmo suspeito/
Sem ligar direito pro jeito /
Que o jeito do jeito/
Olha o menino, deitado na madeira /
Não liga paras coisas desta vida e/
Não se importa com as doutrinas /
Que sempre ficha as cortinas de quem/
Com a mania quer progredir /
O menino que vê todos os lugares/
Soluções, com todas belezas, perfeito /
Sabe que a cortina e o palco/
É outra e não se preocupa /
Pois lá depois do picadeiro/
A verdade é única, absoluta /
E se houver alguma luta/
O menino não fugirá /