Decisão... Decidir? Ah...!

Já perdi vários sorrisos por conta dos meus medos;

Conquistei tantas incertezas,

Que as incertezas todas que tinha fugiram de mim;

Decidi demais para ter que decidir-me;

Me iludi demais para ter que me iludir novamente e ter que te iludir;

Rasguei muitas poesias, enquanto poderia tê-las escrito (elas eram meus Pensamentos)

Eram sentimentos guardados em minha essência;

Já chorei demais:

Minha alma não aguenta mais sobreviver nesse meu mar de fracasso e sofrimento;

Já vivi muito tempo no escuro, decidi que agora quero luz;

Sonhei tanto que os sonhos todos sonham comigo

E se cansam, pois sou sempre o mesmo,

Pareço não mudar.

Lutei demais em uma luta que sequer empunhei alguma arma ou alma ou amor;

Percorri muitos caminhos mesmo não lembrando por que o fazia;

Para onde iam;

Ou o que com eles aprenderia.

Gritei, mas nem a mim mesmo ouvi e esqueci-me não me esquecendo;

Vibrei demais em uma vitória que sequer era minha;

Gritei por ter medo de ouvir meu silêncio,

Pois meu silêncio me dá medo

E com medo, não encontro saída para fugir de mim.

Multipliquei ideias mesmo não as tendo;

Mesmo sabendo que idéias de nada servem.

O que vale é a prática;

Calei-me por conta de desprezo...

Por conta de atitudes alheias - você sabe disso!

Ah... Como sabe;

Já admirei quem não merecia

E quem merecia não admirei;

Também voltei a admirar quem não admirava há tempos...

Sabia que estava me enganando e machucando quem não me machucava;

Já briguei contigo, por não brigar comigo

Ou por esconder de mim o que também escondi de ti.

Já deitei ao sol e chorei palavras...

E derramei sentimento...

E calei meu coração...

E acalmei minha alma por conta de um mal-entendido;

Por conta de uma Mentira;

Já abracei minhas certezas, mesmo sabendo que não eram certas.

Mesmo sabendo que eram falhas!

Mais falhas do que eu fui;

Falhas por serem minhas.

Mas fui sempre eu -

Eu sempre fui alguma coisa que não machucava tanto -

Mesmo eu não sendo nada.

Fui amigo...

Fui companheiro...

Fui solitário.

Agora, sou...

Sou um vasto campo de rosas mortas!

Rosas despetaladas...

Rosas secas e sem odor...

Sou rosa sem amor...

Rosa delicada...

Simples...

Sou caminhos...

Num pouquinho de rosas, sou espinho!

O espelho dos que não se espelham

E se assemelham ao que nunca foram...

Ao reflexo que nunca poderão ser.

Sou uma infinidade de coisas finitas.

Então, sou a desilusão do sol.

Ah... Já fui sol em composições poéticas...

Contraste entre relações miméticas;

Já fui conversa desconcertante.

Cogitei futuro...

Tornei-me passado não vivido...

Um presente distraído...

E agora uma composição de tudo o que não fui;

De tudo o que não sou;

De tudo o que não serei.

Será que um dia...?

Será que por amor as pessoas mudam?

Será que amar torna flores mortas em flores vivas e fortes e complicadas?

Será que amar é intervalo de desespero?

Será que amar é sonhar com o que não se sonha?

Será que amar é sonhar não sonhando?

Será que amar é contar as horas de um relógio parado?

Amar é enlouquecer de tanto ser?

Será que amo?

Será que ama?

Cansei de esperar!