CORAÇÃO MATERNO*
Era um coração
Onde ela guardava
Agrados.
Eu sempre testemunhava.
Era um coração
Que ela abria
Com carinho.
Tirava jóias que eram só dela.
Era um coração
Que ela guardava
Com capricho
Era somente dela.
Era um coração
Que ela cuidava
Zelosamente.
Era depositado sobre um paninho
Engomado, bordado, resguardado.
Ficava sobre a penteadeira
Encima de um crochê.
Era um coração
De louça toda branca.
Havia um par de rosas miúdas
Em dourado, escrito graúdo:
LEMBRANÇAS
Ficou esta recordação aberta.
Guardado de infância
Em meu coração.
OFERTA DA SAUDADE!
*Em memória de minha mãe Maria Silvéria Lisbôa.
L.L. Bcena, 15/01/2011
POEMA 183 – CADERNO: TÊNIS VELHO.