OLHARES
Há olhares que nos invadem,
Que nos inquirem,
Que nos vasculham.
E, não há como,
Deles, escapar.
Ficamos à mercê,
Praticamente, transparentes.
Esses olhares
Conseguem ver
Profundamente.
Outros olhares
Já me inquiriram,
Mas, nunca com tanta veemência,
A ponto de arrebatar afetos e paixões
E ser, do espírito, a exaltação.
Contudo, e apesar de tudo,
Nenhum teve tanta brandura,
Tanta doçura,
Quanto o olhar,
Com o qual tu me olhaste esta noite.
Guardo-o no peito e nas lembranças.
Jeronimo Madureira
15/05/2011.