BOI PEDREIRO *

Lá na fazenda Veredas

O lugar é Vazantina

Distrito de Vazamor

Localidade vizinha.

Carreiro Manoel Corrêa

Dono da propriedade

Vivia com sua família

Com grande prosperidade

Sua boiada carreira

E carro bem conservado

Na luta do dia a dia

Trabalhava entusiasmado.

Na guia o boi marreco

Raça do gado pedreiro

Na força era respeitado

Junto como seu companheiro

Marreco de grandes chifres

Causava admiração

No lugar onde passava

Motivo de atenção

Na grande festa da lapa

Ao chegar na povoação

Para ver o boi marreco

Reunia multidão.

Para atender os curiosos

Carreiro fazia a parada

Até ficava difícil

Prá conseguir a chegada.

Assim foi passando o tempo

O boi marreco envelheceu

Não podia mais carrear

A alforria recebeu

Só não faltava o carinho

Que o seu dono sempre lhe deu.

Quando ia pegar a boiada

Marreco acompanhava

Sem ser chamado na fieira

Insistindo ele ficava

Carro saia cantando

Boi marreco acompanhava.

De velho caiam os dentes

De velho o boi morreu

Com a carcaça de sua cabeça

Veja o que aconteceu

Chegando no casarão

Que o próprio Manoel fincou

Na parede no salão

Com carinho colocou.

A lembrança do boi marreco

Boi que tanto estimou

Este grande patrimônio

A família conservou

Lembranças para a nova geração

Que um vencedor deixou

Filhos, netos e bisnetos, são carreiros

Herança que Manoel Corrêa plantou

Sua alma foi para o céu

Com certeza se salvou.

* A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica).