Abraço
Chuviscava sem pressa
naquela manhã de abril,
enquanto a menina triste
saia da solidão infantil
e despia-se das vestes
que cobriam o frio,
para abraçar o véu de neblina
a dançar sob o sol
e o vento seco.
Talvez quisesse
que o tempo parasse
enquanto durasse
aquele abraço
que atravessava os medos,
dispensava a bússola
e seguia o imaginário.
Lucidez de Navalha/Diulinda Garcia
Scortecci,2010.