Folhas de agulha
Movimentação incrédula e forte de expansão
Dessas que quem olhou não viu somente
A intenção cravada no íntimo de tais revelações
Mas a sensação de que um ponto de partida
Iniciava-se para deixar o começo para trás
E o sol veio encostar-se à janela
Depois de uma tarde inteira de chuvas e sonos
De coisas que não se faziam e tão pouco entendiam
Revivendo o prazer quase dolorido
Das vagas e herméticas virtudes desesperadas
Mas sabem que mesmo assim sorria
A densidade das complexidades que carregava
Cheias de cadernos, livros, e folhas;
Resumia-se em chamamentos de desespero para realizar
Sabe Deus o que se precisasse para viver o mundo
E ia assim até que alguma folha de árvore
Caísse-lhe sobre a cabeça e como agulha
Perfurasse todo seus pensamentos desejosos
De organização e monotonia
Fazendo aparecer naquela face oculta vontades mais vivas
Assombrava-lhe.
E assim como que em corda bamba não se mexia
Como se todo o conhecimento que absorvia
Fosse cair pelo chão virando mil pedaços de vidro
E descobria.
Silenciosa e calma procurava.