Folhas de agulha

Movimentação incrédula e forte de expansão

Dessas que quem olhou não viu somente

A intenção cravada no íntimo de tais revelações

Mas a sensação de que um ponto de partida

Iniciava-se para deixar o começo para trás

E o sol veio encostar-se à janela

Depois de uma tarde inteira de chuvas e sonos

De coisas que não se faziam e tão pouco entendiam

Revivendo o prazer quase dolorido

Das vagas e herméticas virtudes desesperadas

Mas sabem que mesmo assim sorria

A densidade das complexidades que carregava

Cheias de cadernos, livros, e folhas;

Resumia-se em chamamentos de desespero para realizar

Sabe Deus o que se precisasse para viver o mundo

E ia assim até que alguma folha de árvore

Caísse-lhe sobre a cabeça e como agulha

Perfurasse todo seus pensamentos desejosos

De organização e monotonia

Fazendo aparecer naquela face oculta vontades mais vivas

Assombrava-lhe.

E assim como que em corda bamba não se mexia

Como se todo o conhecimento que absorvia

Fosse cair pelo chão virando mil pedaços de vidro

E descobria.

Silenciosa e calma procurava.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 15/11/2006
Reeditado em 08/03/2007
Código do texto: T292119