Quem Sou Eu
Pensava que escrevia poesia,
mas depois que li na manhã desse dia
o que o nobre poeta escreveu,
tive vontade de pegar o que por mim foi rabiscado,
deixar tudo em papel picado como faz a formiga com
as folhas da roseira, jogar em um buraco bem profundo,
virar as costas para o mundo e compreender o que
fazia era sómente brincadeira.
Depois que li e ouvi, voei para um passado bem distante.
Pelo caminho fiquei perdido não encontrei nehum amigo, pois nada era
como antes.
Procurei pela casa velha com o paiól no fundo do quintal
que para as poedeiras servia de abrigo.
Tudo tinha modificado, eu ali imaginando sentado,
com o meu vira-lata ao lado, que foi meu fiel amigo.
A jabuticabeira florida e as abelhas guerrilheiras trabalhando
sem parar.
O joão de barro ciscando e eu só imaginando que era
impossível de fazer aquele passado voltar.
Um menino passou correndo e calçado, pois, as pedrinhas
do chão batido poderiam deixar ele ferido bem diferente
de quando eu era.
O conforto associado com a sociedade exigente, diferente
da nossa gente que aos poucos vai tirando a côr da primavera.
Coçando os poucos cabelos que me restam, que antes cobriam
a minha testa, agradeço o pedaço de uma vida pura.
Só que não sei dizer a Deus o que foi que êle viu e porque serviu
essa simples criatura.