LEMBRANÇAS DA MOCIDADE

Férias de fim de ano, no interior,

Na velha casa diante da estrada de ferro

Uma soberba serra circunda em cor

Do verde musgo que me ecoa em berro.

A tardinha os sapos rumorejam,

Fremem as bases quando o trem passa

Pernilongos picam e invejam

O meu degustar daquela doce casa.

Pela manhã, o bolo de fubá,

Uma gentileza trazida por vizinhos,

Tinha gosto do mago maná

Que do céu caía em floquinhos.

A neblina que bailava de manhã,

Inda hoje baila nas minhas lembranças,

Cai da árvore jubilosa uma romã

Com seus laivos rubros de esperanças.

Não sei como elas inda vivem tanto,

Aquelas cenas que dançam em mim,

Cada vez que paro quieto em meu canto,

Vejo essas lembranças, branco de marfim.

Tão remotas são, mais que o dia,

Tanto passam os anos, mais as vejo,

Marcas de um prazer, de uma alegria,

Nunca vão embora como o doce beijo.

E as visões que meu ser invande

São partes da alma, da minha existência,

Dias que vivi em João Monlevade

Fazem do caráter uma permanência.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 08/04/2011
Reeditado em 08/04/2011
Código do texto: T2896222
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.