NAVALHA NA CARNE
NAVALHA NA CARNE
Que saudade eu estava de escrever
por tortuosas linhas, narrar os últimos reveses do meu
pobre e cansado coração...
Que saudades eu estava de dizer
por tangentes infinitas, os últimos brados do meu
pobre amor tão cheio de ilusão...
Soprou no meu pé de ouvido,
a ventania brava e furiosa como nunca vi...
Depois veio o vento sul, frio, cortante, como se uma navalha
afiada escanhoa na madrugada a barba da gente...
Ah, aí então devagarinho,
zumbiu lá dentro do ouvido da gente,
como se no céu de agosto
a esperança zanzava por aí perdida
a procurar o parceiro ideal,
às “fracatuas” da vida registrar
em mil versos de nada, poetizando o irracional,
cantando prosa na surdina da noite,
a ouvir o soprar calmo dos ventos azuis...
Goiânia, 04 de MARÇO de 2011.