Tão cedo

A despeito das tuas lágrimas,

que rumaram ao desconhecido,

migraram entre o rosto quente

e a ceda fria

Quando achavam que era

possível segurar a vida,

com todos os nomes

que passavam

e em segredo os reunia

logo a nenhum deles esquecia,

memória rememora-se a cada partida,

e aí continuas no mesmo lugar,

lugar?

O espaço que só se acha

quando se está sozinha,

ninguém entende

a confusão nos sentidos, que persistem

a pernoitar entre seus braços vazios,

mas ainda assim o horizonte

é preenchido de lugares construídos

que aos olhos não podem ser achados

Destino que não anuncia sua vinda

não aceita confissão

tanto quanto palavras perdidas,

e ao que dentro do peito suspira

recusa, sem imaginar as perdas

que aos poucos se vão

consumidas,

A qual nome pertence

a sua face, que a alguém

era pertencida?

como o sol que tinha um brilho

ou talvez ele mesmo tenha aparecido

sem seu autor ser reconhecido

Sobra a esperança

que abre fendas

em teu ser brando,

a agitar-se mediante

o resto de teus instantes

que se vão

tão cedo

quando se nascem as ramagens

e rejuvenescem

resistem,

perto de onde te vi passar

Márcio Diniz
Enviado por Márcio Diniz em 05/03/2011
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