Lembranças...
Lá estava ela,
Bem no alto do monte, erguida:
A Igreja da Penha.
Quantos degraus!
Pessoas subindo de joelhos,
Outras, carregando velas acesas,
Elas estavam pagando seus votos...
Pelas bênçãos recebidas.
Com olhar de criança,
Eu olhava sem nada entender...
E me perguntava: Por quê?
Mesmo assim, eu subia com a minha família...
Ainda me lembro...
As barraquinhas que vendiam de tudo
E ainda tinha o Parque Xangai
Com brinquedos diversos
Minha avó dava dinheiro pra gente
Eu, meus irmãos e primos nos divertia a valer!
Ali, pra gente, não existia Religião
Era apenas confraternização...
Ali, as famílias, amigos e parentes, se reuniam e almoçavam juntos
Ainda me lembro...
Meus pensamentos quando chegava setembro...
E, com isso, fui crescendo, crescendo...
Eu achava tudo bom...
Só não gostava de subir aqueles 365 degraus.
Mas, minha avó tinha que subir para agradecer...
Até que um dia dei conta de uma coisa:
Havia ali do lado o Bondinho...
Procurei saber o preço,...
Paguei e subi com meus irmãos...
Eu olhava todo mundo subindo pelas escadarias
Enquanto, com poucos minutos, a gente chegava lá no alto...
Ao Entrar na Igreja,
Olhava as imagens, sem nada entender...
Eu me perguntava: com quem eles estão falando?
Uma imagem de pedra não podem falar...!
Criança é criança mesmo!.
Da mesma forma, eu olhava aquelas pessoas...
Pagando as suas promessas para aquelas imagens sem vida...
Eram velas do meu tamanho!
Muita fumaça... Muita gente... Uma apertando as outras...
E mais pessoas subiam e outras desciam...
E eu nada entendia...
Tempo de ignorância, tempo de criança, tempo de inocência...
Tempo que não temos ainda vontade própria,
E, somos levados pelas vontades dos outros
Aproveitamos e nos divertíamos, sem consciência das coisas...
Deus sempre tem Misericórdia do seu povo. Aleluia!
Mesmo daqueles que ainda estão como criança...
Sem conhecimento da Sua Graça...
E por isso, são levadas por todos os tipos de doutrinas...
Mas sempre chega o Dia..
Dia em que acordamos e nos demos conta...
Porque estas coisas, Deus, deixa em nossa lembrança
E nos faz entender...
Que lindo e maravilhoso é ser como criança!
Com questionamento, mas sem julgamento...
Com alegria, mas sem fantasia...
Com liberdade, mas sem falsidade...
Sem regras e sem sacrifícios
Sem religião, sem tudo isso...
Apenas assim...
Como criança, de coração...
Em plena confraternização.
Missionária Margareth Monforte