O PERFUME
O perfume que exala dessas árvores é o mesmo perfume aromatizante que um dia deixei para trás.
É o perfume adocicante que um dia me pertenceu, e hoje só me traz no cheiro a saudade de um poder cheirar.
Recordação triste e bela, distante e pesada das quais não quer lembrar; é o que este perfume me traz de lá, do meu Ceará.
O perfume passa como um rio, não vai e não volta, mas eu sei que está lá, e que sentir nem que seja por um instante um momento quem sabe pra me suavizar, lembrar, sorrir e dizer: Um dia eu volto para o meu Ceará e fico por lá, sei que também lá chegando, irei me atormentar com o meu cheiro adocicante deixado em passeios por Brasília-DF, onde foi o meu bem morar e me trouxe a cada momento uma vontade de ficar.
O sol brilha e permanece, oscila, ofusca e me rejuvenesce: o perfume lembra, seduz e entristece, pois eles, ao mesmo tempo me obedecem a uma ordem minha, aparecem e depois se escondem, passando por mim, pairando e deixando um aroma de um até breve.
TARTAY/Fevereiro-2011