Parada - Contrastes
o passageiro espera a valia
todos e muitos na multidão
a expressão fere aquela via
o fruto da obra feita no vão
mover e pensar em sua rua
nessa parada de ônibus feia
quantos ruídos diante à lua
no pulso a vida passa cheia
a pessoa humana como pai
pequenos e grandes na mão
nessa gente que chega e sai
no riso e choro de decepção
correr e parar em seu ponto
aquela estação urbana cheia
parece o barulho dum conto
no ouvido da criatura alheia
em pé ou sentado na porta
o fim é o mesmo que segue
do nada ao centro na porta
o itinerário certo entregue
De
Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista