Livro Memorial

Livro Memorial

Tornei a abrir o livro das minhas lembranças,

Promessa quebrada de não lê-lo novamente.

E as tantas palavras cruzando minha mente,

Rodeado de dores agudas da minha infância.

Memórias tornando a vida num destino vazio,

Emergem-me as lágrimas do terror passado.

Novamente caminho no caminho do estrago,

Olhando meus olhos que se mostram sombrios.

As páginas são cemitérios de desventuras,

Onde fantasmas e pesadelos dormem em paz.

Minha ansiedade me faz folhear mais e mais,

Final da sanidade para o começo das loucuras.

As imagens afloram para trazer desconfortos,

Aquela luz tão almejada perdida pelos fins.

Quantas vezes eu quis pontuar o fim em mim,

Mas o meu ser jamais negou seu próprio esforço.

Eu não queria voltar a ler esta tal maldição,

Caído ao relento das minhas contradições.

Quebrar as lembranças e rasgar o livro memorial,

Não, não sou mais eu em mim...

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 22/01/2011
Código do texto: T2744476
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