Livro Memorial
Livro Memorial
Tornei a abrir o livro das minhas lembranças,
Promessa quebrada de não lê-lo novamente.
E as tantas palavras cruzando minha mente,
Rodeado de dores agudas da minha infância.
Memórias tornando a vida num destino vazio,
Emergem-me as lágrimas do terror passado.
Novamente caminho no caminho do estrago,
Olhando meus olhos que se mostram sombrios.
As páginas são cemitérios de desventuras,
Onde fantasmas e pesadelos dormem em paz.
Minha ansiedade me faz folhear mais e mais,
Final da sanidade para o começo das loucuras.
As imagens afloram para trazer desconfortos,
Aquela luz tão almejada perdida pelos fins.
Quantas vezes eu quis pontuar o fim em mim,
Mas o meu ser jamais negou seu próprio esforço.
Eu não queria voltar a ler esta tal maldição,
Caído ao relento das minhas contradições.
Quebrar as lembranças e rasgar o livro memorial,
Não, não sou mais eu em mim...
Victor Cartier