NA CARPINTARIA
Os pregos de um carpinteiro
na boca do seu martelo,
prendia por um dia inteiro
uma ave do papo amarelo.
O prego que prega a gaiola,
não pregava o gorjear
que tangia como uma vitrola
do pássaro de "papo pro ar".
O canto naquela oficina,
não cessa e não quer cessar
mesmo quando o sol se reclina,
não parava, o pássaro, de cantar.
Fabricava ali uma cadeira,
de dia se fabricava um armário,
enquanto lá da cimeira
gorjeava o belo canário.
Assim era o cotidiano
na vida desse trabalhador:
O gorjeio era o seu piano,
o canário era o seu cantor.
(YEHORAM)