NÃO DÁ PARA ESQUECER.

NÃO DÁ PARA ESQUECER.

Não dá para esquecer,

Uma infância vivida

Como tantas outras normais

De brincadeiras nas ruas

Nos recreios das escolas

Ou no fundo dos quintais,

De dia sob o Sol escaldante

De noite sob o lampião de gás!

Não dá para esquecer

Como era super legal,

Brincar de bola de gude

Soltar pipa vê o pião rodar

Preparar a bola de meia

Para uma pelada jogar

No chão de terra batida

Ouvindo lá pras tantas

Uma voz suave e querida

Num ultimato gritar.

Havia menino teimoso

Tá na hora de almoçar

Correndo e suado ir para casa

Um banho de cuia tomar.

Não dá para esquecer

Na cidade pequena

A chegada de um circo

Ou uma tourada de arena

Os filmes de cowboys

Nas matinês do cinema!

A caça a formiga tanajura

Antes da trovoada serena

E o Oi cai, cai, tanajura.

Na panela da gordura.

Não dá para esquecer

Feitos de papel o barquinho

De vassoura as pernas de pau

De caixa de papelão o carrinho

Do sabugo da jaca a armadilha

Para pegar um passarinho.

Não dá para esquecer!

Essa infância bem vivida

Onde a Natureza e a criança

Estavam sempre unidas.

E se alguém que a viveu

Tiver a audácia de condená-la

Ou dizer que a esqueceu!

É um adulto muito ingrato

Ou por certo enlouqueceu.

Pois para mim e tantos outros

Foi um privilégio desfrutá-la

Foi um presente de Deus.

Dante Barbosa

Dante Barbosa
Enviado por Dante Barbosa em 16/01/2011
Código do texto: T2733417