COISAS DO AMOR
(Sócrates Di Lima)
Meus sonhos eu novelei,
Com linhas de seda pura,
O destino alinhavou a vida que sonhei,
E o amor fechou-a com sua costura.
Aportei-me num barco sem rumo,
Depois que a tempestade passou.,
Minhas velas rasgadas e sem prumo,
Um artista, num pedaço de papel rabiscou.
E o artista plástico era Deus,
Com pena do meu coração,
Acalmou o mar bravio e os desassossegos meus,
Colocou um Sol com sua própria mão.
E na sua escrivaninha,
Com pincel e tinta na mão,
Fez dos rabiscos uma pinturinha,
Ampliada com seu coração.
E ali estava eu,
Navegando no meu próprio oceano,
Seguindo o destino que ELE me deu,
Com todas as nuances de um ser humano.
E com um toque de tinta azul,
Pintou meu coração de alegria.,
Conduziu-me de Norte a Sul,
Dentro da minha fantasia.
Colocou ainda no meu coração,
O amor para Basilissa e que nunca acaba.,
Mas, deixou quase ir embora na minha contramão,
Como água que no mar desaba.
E seguiu Deus no papel,
Ali estava eu.,
Entreabriu as portas do céu,
Mas a chave escondeu.
E, porquanto, não encontrá-la,
Continuarei navegando e novelando os sonhos meus,
Como quem desenrola um novelo para uma manta costurá-la,
E cobrir-me, ainda, com o amor dos filhos seus.
E na pintura do artista plástico,
Retransformou o homem no antigo menino,
Tirou-lhe a tristeza e o desassossego estático,
Repintando-lhe na alma seu amor Basilissa, seu destino.