Bolhas de Sabão
Quando era menino, eu preparava
uma água de sabão, cheia de espuma,
e a garotada escolhia quem ganhava
com suas nuvens de bolhas, uma a uma.
Era um brinquedo simples, era de graça,
sem a tecnologia dos modernos,
porém que na memória sempre passa
no conjunto dos instantes mais eternos.
Hoje o tempo mudou, e o meu brinquedo
são os versos que escrevo desde cedo
e que ainda flutuam com a esperança.
São as palavras que, postas nesta folha,
levantam vôo e estouram como a bolha
de sabão dos meus tempos de criança.