BORBOLETA
"BORBOLETA"
Borboleta lenta
Teimo vê-la
Gêmios, os que não se aproximam
Efeito de uma ferrugem que come
Cone que não se dome
Com tanta energia
Conte de onde o seu nome
Não sei,
Nome que não se sai
E que consome
Tudo que é paz
Tome de ansiedade
Ao querer-se
Interpelâ-la
Pelas iniciais de seu nome
Come com voracidade
Meu casulo de paz
Violeta pelos jardins
Campestre que se remete
Para que não se preste
A deixá-la de amar
Para ignorá-la no ódio
Que contamina
Quando se limpa
De cloro
Toda água viva
A bacia
Do que me cobro
Sua conduta se usa
Da limpeza que mais suja
Que brinda
Os castelos a lhe darem morada
Passagem rubra pelo sangue
Forense e oportunista
Com o que carrega no ventre
Altruísta pretende
Que os ingênios se pendem
A dizer-lhe ser-lhe digna
Alcança tua sina
O de não olhar a ninguém
Por cima
Para sempre ter-se os olhos turvos
Olhados ao chão,
Sua direção
Quando partia,
Sem o longe
Encarrar-se aos algozos
É o prazer bestial das vozes
Vindo de ti
O sol é latrina
E seus lábios
Aos otários não vascila
Em dár-lhes os ovários
Para um amor de negócios
Para o ócio, se alicia
Borboleta que me media no horizonte
Seguida, tão linda...
A sílaba amarga minha lingua
A boca sauda,
O que ninguém sabe
Que mágoa
A reconciliação
Que me toma de assalto
Ter que desprezar-te
É negar-te
Minha Querida,
Cíntia!