BORBOLETA

"BORBOLETA"

Borboleta lenta

Teimo vê-la

Gêmios, os que não se aproximam

Efeito de uma ferrugem que come

Cone que não se dome

Com tanta energia

Conte de onde o seu nome

Não sei,

Nome que não se sai

E que consome

Tudo que é paz

Tome de ansiedade

Ao querer-se

Interpelâ-la

Pelas iniciais de seu nome

Come com voracidade

Meu casulo de paz

Violeta pelos jardins

Campestre que se remete

Para que não se preste

A deixá-la de amar

Para ignorá-la no ódio

Que contamina

Quando se limpa

De cloro

Toda água viva

A bacia

Do que me cobro

Sua conduta se usa

Da limpeza que mais suja

Que brinda

Os castelos a lhe darem morada

Passagem rubra pelo sangue

Forense e oportunista

Com o que carrega no ventre

Altruísta pretende

Que os ingênios se pendem

A dizer-lhe ser-lhe digna

Alcança tua sina

O de não olhar a ninguém

Por cima

Para sempre ter-se os olhos turvos

Olhados ao chão,

Sua direção

Quando partia,

Sem o longe

Encarrar-se aos algozos

É o prazer bestial das vozes

Vindo de ti

O sol é latrina

E seus lábios

Aos otários não vascila

Em dár-lhes os ovários

Para um amor de negócios

Para o ócio, se alicia

Borboleta que me media no horizonte

Seguida, tão linda...

A sílaba amarga minha lingua

A boca sauda,

O que ninguém sabe

Que mágoa

A reconciliação

Que me toma de assalto

Ter que desprezar-te

É negar-te

Minha Querida,

Cíntia!

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 15/12/2010
Código do texto: T2673354