Harmonia da valsa triste

A bela harmonia da valsa triste

Padecia em tons cada vez mais leves

Calmos e inesperados pendiam

Emoções transparentes

Cadências livres

Agitava o corpo densamente sóbrio

E girava em torno do mesmo círculo

Taças de vinho tinto tilintavam

E apressavam-se e precipitavam-se

Em poucos instantes de insanidade

Bailava, soltava a alma

Esquecia que estava de mãos dadas

Entregando a algum êxtase escondido

Bravo, quente e palpitante

Quando o sangue vinha-lhe à face

Os cabelos soltos cobriam o rosto

Em cada giro em cada grito

A alma enchia-se em liberdade serena

Nos mesmos tempos pisava forte

Queria de todo o prazer

Vibrava, os olhos brilhavam

Tremia, seus pelos arrepiavam-se

Cobria de gestos inocentes

Complexos, não significativos

Deixava-se ver pela primeira vez

Doce e paradoxalmente forte como mulher

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 17/10/2006
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